Desperdício zero: conheça a cidade japonesa que reaproveita praticamente tudo

Kamikatsu, uma pequena cidade montanhosa localizada na ilha de Shikoku, tem chamado a atenção de especialistas e pessoas do mundo inteiro pela política de reciclagem. Muita gente quer se inspirar no local em busca de ideias para reaproveitar detritos de lixo, que já atinge mais de 70% – um número considerado impressionante.

Como Kamikatsu está chegando ao desperdício zero?

A campanha do desperdício zero nessa cidade japonesa começou em 2003 e, desde então, alcançou uma meta incrível. Atualmente, 77,2% dos detritos são reciclados. Comparado com os números totais do Japão (20,6%), tem mais de 50% de diferença.

Tudo começou quando muitas pessoas começaram a ficar doentes, com suspeita de envenenamento por dioxinas. A partir daí, os 1700 lixo-kamikatsu-blog-da-arquitetura-560x372moradores e empresas decidiram se unir para chegar a ‘pelo menos’ 80% até 2020, um número que tem tudo para ser possível caso o programa continue com a mesma eficácia.

Por meio da Estação Gomi, o único ponto de coleta de Kamikatsu – e operado pela Academia Lixo Zero, uma organização sem fins lucrativos – as pessoas levam o lixo de casa e separam diretamente no local, que possui compartimentos específicos e separados por categorias – e uma grande estrutura.

Dependendo da qualidade do material, pode render um bom dinheiro. Um quilo de latinhas de alumínio custa 155 ienes, cerca de 1,46 dólares. Além disso, cada casa possui um equipamento subsidiado pelas autoridades locais para eliminar resíduos orgânicos (restos de comida) e não há incineradores, o que não é reciclado é enviado para a cidade de Tokushima.

Diariamente, muitos turistas têm visitado Kamikatsu para se inspirar nessa ideia e tentar entender como um projeto de desperdício zero é tão eficiente. Segundo os responsáveis, é um esforço coletivo: governo, empresas, ONGs e população; tudo feito aos poucos (desde 1997 a ideia existe) e visando os limites de cada um. E a meta é chegar a 100% de reaproveitamento. É possível? Sim, por que não? Vamos acreditar! (Blog da Arquitetura)